Entrevista com o estúdio M'Baraká, quando fomos convidados a participar da primeira edição da revista Voxel. Rolou uma palestra da M'Baraká, junto com outros escritórios, no evento de lançamento da revista. Isso foi há dois anos... tem muita novidade depois desse tempo.

[Voxel Show] O que é a M’Baraká?
A M’Baraká experiências relevantes é um grupo multidisciplinar de criação e estratégia. Nosso foco é criar experiências calcadas na diversidade cultural, de linguagens artísticas e das disciplinas do design.
[Voxel Show] Quando e como começou a empresa?
Cerca de três anos atrás. Conceitualmente, a empresa foi se moldando de maneira informal, através de projetos e trocas de experiências dos sócios (Diogo Rezende e Isabel Seixas). Há cerca de três anos formalizamos a empresa. Isso quando percebemos que nossa visão sobre a união de Cultura e Design - conteúdos e estéticas - poderia nos diferenciar num mercado onde há formatos muito padronizadas. Além disso, poderíamos implementar nossa filosofia sobre questões como experiência, conteúdos, diversidade, estética, etc. No caminho, tivemos padrinhos, fadas, parceiros…
[Voxel Show] Qual foi a trajetória da M’Baraká?
Continuando a partir da resposta anterior, tudo começou a partir de trocas informais entre os sócios, que se conhecem desde os tempos de escola. Com o passar dos anos, e com o direcionamento profissional de cada um - Diogo Rezende, designer, e Isabel Seixas, produtora cultural -, as afinidades conceituais foram se acentuando e as trocas passaram a ter uma dimensão mais objetiva, com fins profissionais. Percebemos o potencial para criação de projetos de vanguarda a partir do encontro entre essas duas grandes áreas: Design e Cultura.
E também fomos refinando nossos interesses pessoais em relação aos projetos e percebendo que havia forte convergência. Unindo o know-how do Diogo em novas tecnologias de comunicação (adquirido nos anos de experiência com a YDreams), sua formação em Design e sua sensibilidade à trajetória da Bel, em diversas linguagens artísticas / culturais, na conceituação e planejamento de projetos, e sua pesquisa acadêmica sobre a aplicação de novas mídias na cultura e na difusão do conhecimento, demos os primeiros passos da M’Baraka neste sentido.
Já tínhamos projetos em comum, nossos e de parceiros, quando criamos a empresa. O primeiro ano da empresa foi o ano do Design de Instalações Interativas. Em cultura, estávamos apenas planejando projetos. No ano seguinte, as áreas se nivelaram, tendo contratos de consultoria em cultura e diversas experiências vindas da área de design. O portfólio de design cresceu muito com clientes como AMBEV, NOKIA, FIAT, PETROBRAS, etc. Atualmente, as duas áreas se complementam e estão equiparadas em termos de demandas / resultados.

[Voxel Show] Em que áreas a empresa atua?
Todos os nossos “serviços” e “produtos” resumem-se no desenvolvimento de estratégias baseadas no que hoje se convencionou de marketing de experiência. Atuamos em duas grandes áreas isoladamente e/ou em conjunto, são elas: Planejamento de Experiências e Design de Experiências. Dividindo-se, respectivamente, nos seguintes serviços: criação de projetos culturais (com foco na renovação / interação entre linguagens); consultoria em marketing cultural e planejamento de comunicação / instalações (com ênfase digital), cenografia e motion graphics.
[Voxel Show] Qual é a inovação, o diferencial?
Defendemos a troca entre saberes e pessoas distintas como nosso maior potencial de inovação, na medida em que somente ela é capaz de gerar novos conhecimentos, novas idéias, novos conceitos, experiências relevantes. Conhecimentos que residem na abertura multidisciplinar os quais proporcionam para nós e nossos colaboradores um ambiente de troca e aprendizado constante.
[Voxel Show] Há alguma inspiração evidente no trabalho?
Na área de design algumas de nossas referências são as exposições de David Stark, as formas da arquiteta Zaha Hadid, os motions graphics do Psyop, a multidiciplinaridade e inovação do estudio Troika e da “gigante” Imagination, a arte interativa de Golan Levin.
Nossas inspirações em geral são os movimentos, tendências e carências da sociedade. A arte e as novas possibilidades da tecnologia da informação são também uma base para projetos de vanguarda.
[Voxel Show] Quais foram os trabalhos mais importantes realizados pela M’Baraká?
Até o momento, em termos de aprendizado e relevância para o portfólio foram: Expo Seliga (mostra científico cultural sobre a energia); Vending Machine do Futuro para a Tetra Pak (instalação digital), em 2006; cenografia para o projeto da Roda Skol 2008; Instalação Touch para o projeto Nokia Trends Mob Jam, em 2008; e a série de espetáculos Contos Clássicos (hoje em sua terceira temporada).
[Voxel Show] O que podemos esperar para 2009 e para os seguintes anos? Há algum novo projeto?
O ano de 2009 promete na área cultural. O projeto Contos Clássicos realiza sua terceira temporada. Como desdobramento do seu sucesso, temos um novo espetáculo de literatura + musica + artes cênicas, uma versão brasileira da série chamada Contos Clássicos Brasileiros. Temos uma instalação em parceira com artistas plásticos no Rio, misturas com moda, música e arte digital em uma instalação itinerante. Projeto de musica instrumental no Copacabana Palace.
No mais, seguem as consultorias em mkt cultural, um esforço direcionado para a realização de nova edição do projeto SeLiga!, novas idéias e projetos. Estamos em busca de novas parcerias para criação de experiências de marca.
[Voxel Show] Qual a expectativa para a área no Brasil?
Nossa experiência nesses anos gerindo a M’Baraká e mesmo antes de formar a empresa, trabalhando com projetos de vanguarda e inovação, nos faz perceber que é preciso muita seriedade e consistência de portfólio para se realizar um projeto tido como “mais conceitual”. Naturalmente, hoje percebemos maior abertura para projetos desse tipo, no entanto, o Brasil ainda tem um longo caminho pela frente, para fazer com que os executivos de marketing não só percebam o marketing de experiência, mas para que saibam aplicá-lo com propriedade.
Um comentário:
vai que vai.
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