
Para os que não tem tempo (paciência) de ler o relato completo da experiência, resumimos em poucas palavras:
A mostra Blooks é uma imersão no universo polifônico, democrático, labiríntico, ecoante, excessivo que é a internet. Mostra esse momento, quando é a vez da histórica platéia subir ao palco. Momento quando, reinterpretando Barthes, o autor não morre, mas se multiplica. Agora exponencialmente, pois tem ouvidos e voz. E ecoa.
Blooks propõe essa experiência.E é impressionante o resultado.

Alguns logorâmicos foram essa semana ao Oi Futuro, espaço carioca que tem super a ver com as questões que a gente aborda por aqui. Por ser um dos únicos espaços culturais do Rio (ou o único mesmo), dedicado à arte tecnológica, arte interativa, multimeios e etc, nós estamos sempre passeando por lá.
O espaço tem uma boa programação e apresenta muitas obras interessantes, mas o que nós logorâmicos sempre questionamos é um certo descuido de curadores na contextualização das obras. De um modo geral, achamos que as obras interativas, vídeo arte, multimieos, como ainda não são íntimas do grande público, aumentam o seu potencial de diálogo se bem contextualizados, projetados. Isso pode ser feito de diferentes formas, com recursos diversos de design, cenografia ou mesmo recursos de audio e outras possibilidades criativas: tudo o que possa contribuir para instigar os sentidos e provocar a redenção do participante à experiência.
Dessa vez que fomos lá, duas surpresas: a exposição dos “babilaques” de Wally Salomão está uma excelente. Sem nenhum recurso tecnológico / digital, a exposição impacta e leva o expectador àquele mundo poético e polissêmico do saudoso Wally.
Mas foi subindo mais um andar que tivemos nossa grande surpresa: a mostra “Blooks - Tribos & Letras na Rede”. O texto da exposição introduz à experiência. Não o temos na integra, mas ficou na memória a relação que faz entre as mil vozes, o espaço do muito, do excesso, os diversos hoje de hoje, a viagem hipertextual e polifônica da rede, que ecoa a partir da apropriação dos usuários e da chamada web 2.0.


A experiência é um mergulho! O áudio, a cenografia, o cuidado no design, a curadoria. Cada detalhe amplia a impressão de estar de fato numa experiência estendida dessa que fazemos diariamente: estar na rede, em rede, neste espaço de intimidades impessoais, de transparências opacas, de fluxos indefinidos.
Foi arrebatador! Mesmo. Um detalhe curioso, que completou o ineditismo da situação, foi o segurança do espaço, que caiu na rede. Durante todo o tempo que ficamos lá, ele voltou cerca de 5 vezes para mais um mergulho. E navegava pelas marés inconstantes e reveladoras dos diversos blogs que podiam ser acessados em plasmas espalhados pelo espaço.
O conjunto da visita foi inesquecível. Os logorâmicos recomendam. Até esse fim de semana (30/09).