LOGORAMA é um espaço de exposição e expressão de refêrencias de arte, design e cultura. Procuramos expor aqui trabalhos relevantes, que tenham profundidade de conteúdo. Artistas, peças de comunicação e obras que nos façam pensar.

LOGORAMA é mantido pela M'Baraká experiências relevantes, grupo multidisciplinar de criativos do Rio. O BLOG nos mantêm vivos criativamente e nos ajuda a pensar diferente.

LIVE P.A. A primeira edição do evento que reúne diversos músicos acontece em Brasília, durante as sextas e sábados de maio no CCBB. Entrada franca.

PASSOS O novo espetáculo da cia Crescer e Viver de Circo pode ser conferido às sextas e sábados às 20h e domingo às 18h até o dia 29 de maio. A lona do circo fica na Rua do Carmo Neto, 143, em frente ao metrô da praça XI.


Cut Copy

Móveis Coloniais de Aracaju

Santigold

Little Joy

She and Him

Black Kids

30 de ago. de 2007

O Sonho de Foucault



“Sonho com uma nova era de curiosidade. Temos os meios técnicos para tanto; o desejo está aí; as coisas a serem conhecidas são infinitas; existem as pessoas que podem se empregar nesta tarefa. De que sofremos, então? De muito pouco: de canais que são muito estreitos, frágeis, quase monopolistas, insuficientes.”
Michel Foucault, Le philosophe Masqué - 1980

O sonho de Foucault era a multiplicação dos canais e das possibilidades de comunicação e troca. A ausência de uma verdade definitiva, considerando que o conhecimento, a informação, a própria verdade, estão em constante mutação. Isso tem haver com a idéia de uma sociedade com maior autonomia sobre o que conhece – e o que pensa. Onde é possível selecionar, discernir, discordar debater... Descobrir. Ser, enfim, curioso na infinita tarefa da busca pelo conhecimento.

A internet, a interação em rede, nos dá ferramentas para colocar esse sonho em prática. Nunca antes o conhecimento transitou por tantas vias. Na rede, em seus milhares de nodos, o alcance é exponencial. O virtual é um ambiente de latência.

Adeptos dessa idéia, lançamos o blog da M’Baraká. Queremos trocar idéias, divulgar iniciativas, comentar o que rola por aí.... Dividir para multiplicar!

Semanalmente teremos novos posts. Comentem, divulguem, compartilhem a vontade.

Embalagens do Futuro para Tetra Pak (Displays Interativos)



Há cerca de dois meses, a Espalhe – agência de Marketing de Guerrilha – convidou a M’Baraká – produtora de design, conteúdos e interatividade – para desenvolver uma ação de guerrilha no stand da Tetra Pak na Fispal Tecnologia - a maior feira de alimentos da América Latina. O mote da ação era o conceito: embalagens do futuro, criado pela Espalhe (Você pode até não saber como serão as embalagens do futuro, mas já sabe quem vai inventar).

À M’Baraká coube o desafio de desenvolver interfaces que fizessem o público se sentir num supermercado do futuro, e que o permitisse experimentar as tais embalagens, que talvez estejam nas prateleiras de um tempo não muito longe daqui.

A partir de um briefing com os conceitos principais dos produtos, foi desenvolvido um suporte de mídia interativa, representando uma gôndola do futuro, onde os visitantes deveriam interagir com uma grande tela Touch Screen para desvendarem as surpresas dos produtos e embalagens da era Minority Report. Displays multimídias são excelentes suportes para a comunicação de conteúdos de forma exploratória e lúdica, permitindo uma exploração bem diferente das mídias convencionais.




A “brincadeira” da Tetra Pak na Fispal gerou muito boca a boca e comunicou com sucesso o conceito da campanha.

File - Festival Internacional de Linguagem Eletrônica


Acontece em São Paulo o FILE – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, de 13 de agosto a 9 de setembro, no Espaço Cultura Sesi Paulista. O Festival reúne trabalhos interativos diversos, como Net-Art, Vídeo-Instalações, Games, Performances Robóticas, Trabalhos de Hipermídia, Ações Telemáticas, Inteligência Artificial, Cinemáticas Interativas, Realidades Expandidas, entre outras denominações para as possibilidades digitais.

O Festival contou com simpósio, que ocorreu apenas entre os dias 14 e 17 de agosto. A discussão girava em torno de dos impactos das novas tecnologias de criação e comunicação na sociedade. Nos mesmos dias aconteceu o Hipersônica, evento que discute a relação entre música (sonoridades) e tecnologia.

Para quem passar por Sampa nas próximas semanas, vale conferir o evento, que aconteceu no Rio, em março, no Oi Futuro em versão reduzida. Ver as instalações fomenta a discussão sobre a nova poética artística que surge no ambiente digital. Coisa que falaremos bastante por aqui.

Wall for Peace


Um monumento para promover a paz e a tolerância cultural, capaz de conectar pessoas em escala global. Esse era o briefing do governo Francês para a comemoração do ano 2000.

A solução criada pela designer Clara Halter e pelo arquiteto Jean-Michel Wilmotte é uma estrutura de vidro, aço inoxidável e madeira, com referencias à palavra paz em 32 línguas. “Wall for Peace”, ou "Mur pour la Paix" foi livremente inspirado no muro das lamentações de Jerusalém e, esteticamente transmite o conceito de paz. Já o requisito da conexão global, é o que o torna mais interessante: através do site, qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo pode postar mensagens que podem aparecer na grande instalação urbana.

O briefing foi atendido e a instalação é um bom exemplo do que pode ser feito em termos de arte urbana contemporânea. O conceito do projeto foi replicado pelos criadores em São Petersburg (2003), chamado “Peace Tower”; e em Hiroshima (2005), com o nome de “The Gates of Peace” em referência aos 60 anos da bomba de hiroshima.

Que por aqui também nossos designers, artistas, produtores, governo e patrocinadores apostem em idéias mais inovadoras para que a criatividade e a arte possam ter mais liberdade de “darem as caras nas ruas”!

A velha High-Tech – Fanta Play combate os inimigos da diversão!



Sabe-se lá porque a velha é a proprietária da disputa entre o xiszinho e a bolinha. Talvez seja porque a ranzinza quase sempre ganha. O que a gente sabe é que, pelo menos desde os tempos da vovó, o jogo da velha é um dos mais populares passatempos. Também é verdade que, mesmo com o alto percentual de invencibilidade da velha, o jogo dela é até divertido – e, o melhor para as categorias passatempo, é que é fácil, rápido, e deixa sempre uma vontade de tentar ganhar a velha mais uma vez.

Por isso mesmo, o jogo é ótimo para situações onde não há mais nada a fazer, a não ser, passar o tempo. No dia a dia, constantemente passamos por essas situações de ter que fazer hora, esperar. E uma delas, que é tão clássica quanto o jogo da velha, é aquela “mofada” no ponto de ônibus...

Dito isso, voltemos aos assuntos desse blog – que aliás, prometemos tentar ser um prazeroso passatempo. A propaganda da Fanta atualmente é uma turminha de bonequinhos que faz várias intervenções no cotidiano urbano. Tem ares high tech com um toque retro, e é mundialmente intitulada de “Fanta Play”. Trata-se, como diz o site da coca-cola company, de uma “proposta de inspirar as pessoas a usarem a imaginação no combate aos ‘inimigos da diversão’, encontrados nas obrigações, regras e responsabilidades do dia-a-dia”.

Esse post, que parecia sem pé nem cabeça, está ficando mais claro agora??? Para esclarecer de vez, vamos revelar o quê que isso tudo tem a ver...

Por essa a velha não esperava! Se antes o jogo da velha precisava de caneta e papel, ou, ao menos, de um chãozinho de terra e um graveto, agora ele está de roupa nova, é interativo, e fica em painéis clear channel nos pontos de ônibus, passando o tempo dos que enfrentam esse obstáculo – a mofada no ponto de ônibus – no dia a dia.

A idéia é tão legal que no ponto pára até gente que não tem tempo a perder. E a Fanta, que queria inspirar as pessoas a viver de forma mais divertida, com o slogan “Imagine!”, está mandando bem nas ações de um modo geral, em especial nas voltadas para mídia exterior e internet. A campanha foi criada pela Ogilvy and Mather, de NY, com envolvimento de suas equipes locais, como foi aqui no Brasil. No site da campanha pode-se jogar jó-ken-pó (o universal pedra, papel e tesoura), ou labirinto, e ver as campanhas (divertidas e de altíssimo nível de animação 3D – criados pela a agência de design Psyop). Vale conferir. Aliás, site de campanha será assunto comum aqui no logorama. Existem vários muito interessantes e que cumprem o papel de comunicar conceitos das campanhas com entretenimento e conteúdo.

Sobre a ação da Fanta, os logorâmicos adoraram e brincaram em um clear channel de ponto que fica na São Clemente, quase na esquina da Eduardo Guinle. É legal ver tecnologia e criatividade andando juntos, a partir de conceitos bem pensados e aplicações estimulantes.

Quando a gente acha que já viu tudo...


Hyposurface é uma instalação em uma superfície metálica aonde a superfície da tela se move fisicamente.

Segundo os criadores do tech-treco, o dispositivo pode ser ligado de determinada interface de entrada a qualquer saída, definindo a forma de interação e o resultado dela.

“As a digital device, any input (sound, movement, an Internet feed...) can be linked to any output (logos, patterns, text...)”

Sobre a tecnologia utilizada, ‘information bus’, controla os múltiplos agentes que “deformam” a superfície, permitindo interações de alta velocidade. Como descrito por eles: “HypoSurface uses powerful ‘information bus’ technology to control many thousands of moving actuators to deform a pliable surface, allowing high-speed movement of the screen surface”

Segundo os produtores, a interface foi a menina dos olhos da última CeBIT, a maior feira do mundo de tecnologia, que acontece na cidade de Hannover – Alemanha. Depois de ver o vídeo, não é difícil de acreditar...

A pequena crítica é com relação ao cuidado que se deve sempre ter na aplicação. Ou um monstro de metal deformado pode ser facilmente criado.



Mais no site da HypoSurface, onde há vídeos de usos diferentes.

Absolut com a cara do Brasil


Absolut Brasil é um projeto de releituras artísticas da garrafa da vodka Absolut. 12 artistas de peso no cenário da arte contemporânea nacional foram convidados para desenvolver suas interpretações da marca, seja pela moda, música ou artes plásticas, buscando imprimir características da brasilidade.

Nando Costa, Coletivo, Nelson Leirner e Daniel Senise são alguns dos nomes do projeto, que gerou uma exposição sobre as belas garrafas e seus conceitos no Conjunto Nacional, na Paulista, 2.345, até 06/09.

Vale conferir as Brasileiríssimas garrafas no site.

Marmelada Interativa


Para fechar essa primeira edição do blog, vamos falar de um assunto que esta cada vez mais na boca de publicitários, designers, e no mundo da arte: interatividade.

Fazer uma busca por “interatividade” no google gera mais de dois milhões de resultados em 0,04 segundos, alguns deles com cruzamentos curiosos, como “saúde interativa”, “direitos humanos e interatividade”.

Mas vamos lá... será que todo serviço que utiliza interfaces digitais, de alguma forma, é interativo? Por exemplo, se vender como uma produtora interativa quando se tem como core business a conversão de VHS para DVD não seria pegar carona numa onda onde tudo se define como interativo quando ninguém sabe exatamente o que se quer dizer com isso? O fato é que o termo ganhou uma elasticidade tão grande que o fez perder o sentido. Recorramos então, ao bom e velho pai dos burros:

Interagir: Agir, influenciar reciprocamente

Fica claro então que interatividade deveria ser aquilo que promove a ação de forma a gerar essa influência recíproca. E isso não é exclusivo do universo digital. Podemos ver, na obra de Helio Oiticica, por exemplo, uma proposta interativa. O mesmo poderia ser dito da Obra Aberta, de Humberto Eco. Fato é que o meio digital e suas ferramentas gera novas possibilidades interativas. Mas isso não quer dizer que tudo o que é digital, está no ambiente digital ou usa recursos digitais, é interativo.

As atuais exposições da Bia Lessa, por exemplo, (as duas últimas que os logorâmicos viram foram Sertão Veredas e Clarice Lispector), não tem nada de tecnológico e são extremamente interativas. Já alguns espaços culturais que tem o chamariz da arte interativa, nem sempre conseguem contextualizar a obra de forma a convidar o espectador e, deixá-lo confortável para interagir com as novidades que estão por lá.

As novas possibilidades que surgem com as mídias digitais e com a interação entre o meio real e virtual, aumentam as possibilidades do interativo, isso não se pode negar. Podemos arriscar a dizer que permitem mesmo o surgimento de uma nova poética, de fato interativa, que tem como pré requisito a intervenção direta de quem a experimenta. O que vem ocorrendo, no entanto, é que muitas vezes este tipo de arte/interface tem tido suas peculiaridades mal aplicadas, não gerando o resultado potencial.

Na fase de experimentação e ascendência de uma estética, de uma linguagem, é comum que aconteçam tentativas de aplicação diversas, até mesmo para experimentar e questionar o suporte, a própria linguagem e mesmo para testar o público. O que precisamos para evoluir é que os pensadores, criadores e curadores dessa arte digital, busquem “meios-convites” para que a tal interatividade aconteça. Isso pode ser feito de diferentes formas, seja por recursos cenográficos, sonoros, uso de iluminação ou pensando a própria interface como algo provocativo, convidativo. É a tarefa de buscar formas de melhor comunicar a mensagem. É preciso provocar a experiência.

Na publicidade e em outros segmentos que usam os aplicativos interativos, essa é também a regra geral.A boa noticia é que existem muitos bons exemplos. Aqui no blog vamos ter esse assunto como constante pauta de nossas postagens. Exemplos, cases, aplicações, novidades.

Começamos hoje. Para essa discussão dar caldo, precisamos da colaboração de todos os interessados nesse assunto. Divulguem para os amigos, parceiros e companheiros de trabalho o Logorama! Por enquanto, indicamos o blog do Itaú Cultural também. Dentro dessa discussão das aplicações da arte interativa, um bom artigo no blog do Itaulab:
Onde Estão os Cronópios da Arte Tecnológica?

alias, Grande Sertão Veredas aterrizou pelo Rio, no MAM. Vale uma visita com calma. Mais, lá na agenda.

Abs,