LOGORAMA é um espaço de exposição e expressão de refêrencias de arte, design e cultura. Procuramos expor aqui trabalhos relevantes, que tenham profundidade de conteúdo. Artistas, peças de comunicação e obras que nos façam pensar.

LOGORAMA é mantido pela M'Baraká experiências relevantes, grupo multidisciplinar de criativos do Rio. O BLOG nos mantêm vivos criativamente e nos ajuda a pensar diferente.

LIVE P.A. A primeira edição do evento que reúne diversos músicos acontece em Brasília, durante as sextas e sábados de maio no CCBB. Entrada franca.

PASSOS O novo espetáculo da cia Crescer e Viver de Circo pode ser conferido às sextas e sábados às 20h e domingo às 18h até o dia 29 de maio. A lona do circo fica na Rua do Carmo Neto, 143, em frente ao metrô da praça XI.


Cut Copy

Móveis Coloniais de Aracaju

Santigold

Little Joy

She and Him

Black Kids

2 de out. de 2008

O Céu de Heathrow


A inauguração do Terminal 5 do Aeroporto Heathrow em Londres mostrou a importância da arte e da tecnologia como ferramenta de transformação de um ambiente, quando vários designers foram convocados a criar obras para compor partes da estrutura recém aberta na última primavera européia. Entre eles, os estúdios Troika, Christopher Pearson e El Ultimo Grito desenvolveram peças-chaves que acrescentam um novo significado ao ato de viajar, promovendo uma experiência diferenciada.


Cloud (nuvem) é o nome do trabalho de arte digital criado pela Troika para ocupar um dos espaços dos suntuosos lounges do Aeroporto de Heathrow em Londres. O chamativo objeto com forma de uma nuvem estilizada de 5 m de comprimento tem sua superfície coberta por 4638 “flip-dots” – discos com um lado prata e outro preto que se movem como em uma tabela de vôos dos terminais de aeroportos – controlados individualmente por um programa que altera sua aparência constantemente durante o dia (essa é a primeira escultura não-retangular que usa essa tecnologia). A obra se encontra pendurada no teto do átrio entre as escadas rolantes nos lounges.



Segundo os criadores da Troika, eles ficaram fascinados com a materialidade dos flip-dots (que foram comumente usados durante as décadas de 70 e 80 em aeorportos e estações de trem), com a forma que eles se movem de um lado para o outro e pelo som gerado por essas peças que remete, imediatamente, à idéia de viagem. Assim decidiram explorar esse potencial estético dentro do Cloud, que permite uma geração de ondas hipnotizante por simplesmente virar as peças para um lado e para o outro gradativamente, percorrendo toda a superfície do objeto.



O mesmo estúdio também foi responsável pelo display de 22m de comprimento chamado All the Time in The World (todo o tempo do mundo) que exibe vários horários de importantes locais ao redor do planeta, incluindo montanhas famosas (Everest, Fuji), museus mundialmente reconhecidos (Guggenheim, Louvre) e maravilhas naturais e construídas pelo homem (Grand Canyon, Taj Mahal). O horário local de Londres é exibido no centro em destaque e os outros horários estão dispostos de acordo com seus locais no mapa, o objeto reforça a idéia do relógio mundial que liga vários lugares do mundo e foge do redundante ao destacar locais mais diversificados do que as capitais mais importantes do planeta.



Já o estúdio Christopher Pearson criou a instalação Oak Seasons (temporadas de carvalhos) que consiste de seis telas de vidro com padronagens impressas a laser que descrevem o ciclo de crescimento dos carvalhos ingleses. Além das folhagens, é possível encontrar itens inusitados, tais como um semáforo entre as folhas, um balanço pendurado em um galho e uma folha que vai se transformando em um mapa de estrada. E o estúdio El Ultimo Grito desenvolveu o Kidzone, uma área que contem mobília colorida interativa e paredes magnetizadas coberta com figuras que permitem que as crianças possam brincar inventando histórias e personagens para passar o tempo de forma mais criativa.



Esse tipo de iniciativa permite explorar os ambientes de forma inteligente e com senso de humor e promove uma forma de interação diferente com as pessoas, aproveitando as características do próprio espaço para ir além e criar uma nova experiência.


11 de set. de 2008

JAM com Nokia Trends

As festas Nokia Trends Mob Jam reiniciaram o circuito em julho desse ano, indo além do eixo Rio – Sampa, com edições em Floripa e Recife. A primeira delas foi na Clash em São Paulo.

A NOKIA possui uma proposta de comunicação vanguardista, dirigida a grupos sociais urbanos e contemporâneos. Por isso associa-se a projetos que abrem diálogo com esses públicos. Nokia Trends é hoje muito mais do que um grande evento, tornou-se uma plataforma que engloba diversas ações que conectam pessoas através da experiência musical no cenário de hoje e de amanhã.

Com a curadoria musical e produção da Ag. Norte e Cartaz, as festas contam com a participação de excelentes nomes da cena eletrônica internacional, sempre buscando uma interseção com outras linguagens como a vídeo arte e a arte interativa.

jam yourself from Mbaraka on Vimeo.



Nessa edição a Ag Norte convidou a M’Baraká para criar algo novo que permitisse a interação com som e imagem em tempo real. A partir de uma vasta pesquisa em cima de projetos de visual interfaces, os designers cariocas criaram uma instalação touch. Um totem com uma tela touch de 19” oferece três estilos musicais distintos: eletro, chill-out e hip-hop. Cada um deles permite a mixagem de faixas sonoras associadas a animações ricas e divertidas. A interface foi planejada para permitir uma real sensação de intervenção, e funciona! Muito bacana ver as pessoas grudadas no totem por longos minutos se divertindo.

D-Edge e Vegas em São Paulo, Clube 69 e Dama de Ferro no Rio são algumas das casas por onde o projeto passará.


Créditos:

idealização e design: M’Baraká

sound: Manga Jingle

programação: Miguel Athayde

16 de abr. de 2008

Mensagens de Impacto

A Troika se define como uma empresa que desenvolve inovadoras ferramentas de comunicação com uma nova abordagem de publicidade e branding, explorando o potencial das tecnologias e aplicando a criatividade e o design para, juntos, contribuírem para a geração de novos e atraentes formatos de comunicação. A abordagem tem como essência a simplicidade, e descontração, unindo tecnologia, design e arte, para gerar efeito provocativo e instigante em suas soluções de comunicação.

Um de seus produtos de mídia atuais chama-se SMS GUERRILLA PROJECTOR. Desenvolvido por eles, o SMS Guerrilla é um dispositivo que permite a projeção de mensagens SMS em espaços públicos, seja nas ruas, em cinemas, shopping centers, casas, fachadas, e mesmo em objetos e pessoas, a partir de um telefone celular e pequenos apetrechos feitos da recombinação de tecnologias já existentes, que permitem-no receber mensagens SMS e projetá-las.

Por ser imprevisível, e depender do usuário e da informação passada pelo mesmo via mensagem, acaba por convidar o espectador a refletir sobre que mensagens que emitir e tornar público. Num misto, a nosso ver, de arte urbana high tech, ferramenta de comunicação de guerrilha e ativismo inusitado, a ferramenta surpreende e causa impacto nos transeuntes.

No Brasil, já vi algo parecido no Nokia Trends de 2006. No lounge do evento, mensagens eram enviadas para uma central que distribuía as informações por “um céu projetado” , onde a constelação era formada por recados íntimos, mensagens de alegria, gritos de agito e outras tantas informações enviadas pelos participantes do evento. Pena que não achamos imagens na web… vale trabalhar a imaginação!

Aqui no Logorama também já postamos o Wall for Peace, uma instalação urbana, de cunho artístico e ativista, que divulgava mensagens de paz enviadas pelos usuários.

O que encanta nessas ações é a idéia de ter o usuário como fornecedor de conteúdos, usando o potencial das tecnologias para tal. Ferramentas de comunicação, tecnológicas ou não, mas que convidam o público a participar de forma criativa, são eficazes, envolventes e quase sempre surpreendentes!

Animated Wallpapers: Estética Não-Estática

Nada de ambientes estáticos. Com uma idéia inspirada nos trabalhos de William Morris, até as paredes agora podem ganhar “looks” variados em poucos segundos graças ao projeto de Christopher Pearson. É o projeto Animated Wallpapers, que apresenta papéis-de-parede digitais, desenhados originalmente pelo Jeffrey and Co (em Islington, Reino Unido).

Além de propor diversas leituras poéticas, a imprevisibilidade e multiplicidade dos animated wallpapers possibilitam alterações nas relações subjetivas com o espaço. Um mesmo ambiente a transformar-se em várias ambientações.

Graças à tecnologia digital, torna-se possível oportunizar releituras para aspectos conceituais e de percepção, tanto naqueles que dizem respeito à previsibilidade de projetos de design (principalmente o de interiores), quanto aos que são remetidos às artes visuais.

Ao abrigar esta relação interativa de design, o local atrai a atenção de seus transeuntes, chamados a apreender e subjetivar as propostas artísticas-digitais renovadas a cada momento. Assim, as referências do local são transportadas: não são apenas mais inerentes somente a ele e caracterizadas por descrições “universais”), mas reapropriadas pela assimilação de quem observa os papéis-de-parede digitais.

Completamente alinhados às novas tendências contemporâneas, os animated wallpapers estão, assim, em sintonia com o nosso dia-a-dia dinâmico, modificando continuamente não só as imagens – e com elas, idéias de texturas – como também nossas sensações adquiridas com essa experiência estética.

4 de mar. de 2008

WELCOME TRUST _ Uma instalação urbana RELEVANTE.


O Lighting designer Paul Cocksedge preparou mais uma instalação nas janelas do centro de pesquisa médico Wellcome Trust, na Euston Road, Londres. Com o desafio de chamar a atenção dos mais de 1.8 milhões de transeuntes que passam diante da conturbado EustonRoad todo ano, Cocksedge optou por mostrar o óbvio. Segundo o artista: “A referência ao corpo humano é um símbolo de pesquisa em medicina, por mais óbvio que possa parecer. Meu interesse é mostrar como, ao fazer a pele tornar-se transparente – invisível – revela o “sistema” do braço, como num raio-x. A intenção é que as pessoas que passam pela Avenida, ao menos por um momento, tomem ciência de seu próprio corpo e continuem seu trajeto com uma clara associação entre a imagem e o Centro de pesquisa”.
A começar pela escolha da posição dos braços: abertos fazendo clara referência ao próprio nome e filosofia do centro (wellcome trust), até a sua escala, em perfeita harmonia com a arquitetura, a instalação é realmente emocionante. Sensibiliza e dramatiza com impressionante leveza a mensagem de um tema tão duro para muitos. Utilizando-se de um material elétrico especial, que permite que luz passe através dele, e com um toque faz com que a camada superior volte aparecer, escondendo as veias e artérias dentro dos braços.

Paul Cocksedge tem 29 anos e estudou Desenho Industrial na Universidade de Sheffield Hallam antes de entrar no Royal College of Art de Londres. Já expôs trabalhos no Design Museum e Powerhouse Museum) e seu trabalho faz parte da coleção permanente do renomado Victoria & Albert Museum.

18 de jan. de 2008

Roda Skol – Brand Experience

Dia 20 de janeiro inaugura no Forte de Copacabana, espaço com vista panorâmica do Rio, a já divulgada Roda Skol. O evento foi patrocinado pela cerveja “que desce redondo”, como uma das ações para fortalecer sua presença em eventos. O conceito da campanha: "Ta no Rio, Tá Na Roda? Tá Redondo!", que valoriza a amizade como uma das melhores coisas da vida. Trata-se de uma grande roda gigante, aberta ao público, que será a atração principal da ação de verão da Skol (que ainda vai incluir DJ’s, projeções audiovisuais, jogos e um bar temático cheio de atividade para todos os tipos de roda de amigos!). À noite, a roda transforma-se numa grande tela com vídeo arte de qualidade em uma escala impressionante.


O evento representa bem o tipo de estratégia de marketing de relacionamento que, cada vez mais vem sendo conhecida como Brand Experience, que valoriza a percepção que indivíduos e grupos têm das marcas a partir das “experiências” que as mesmas se envolvem ou promovem. O termo “experiências”, aqui, pode ser traduzido de diferentes formas como produtos, processos, serviços, eventos, ambientes, entre outros. Por abordar a percepção humana e de grupos sociais, e tentar capta-la e traduzi-las em valores, o Brand Experience, ao contrário dos convencionais projetos de arquitetura promocional, envolve necessariamente conceitos que vão além das cartilhas tradicionais do marketing e publicidade, exigindo uma compreensão global dos valores da marca e uma abordagem multidisciplinar para traduzi-los em n formatos.


É por apostarem em ir além desses quase “arcaicos” manuais da mídia tradicional, que alguns novos escritórios de criação têm ganhado espaço no estreito e concorrido mercado publicitário. Muitos deles têm o design como principal especialidade. Mas é a partir do diálogo com outras disciplinas e através de empreendedores de “cabeça aberta”, que essas novas empresas vêm se inserindo num mercado onde o “horário nobre” e os veículos de mídia tradicional vem dando espaço à criatividade das experiências.

No hall dessas empresas está a M’Baraká, empresa responsável pelo cenário do “brand experience” do evento Roda Skol, e cujo sobrenome, “Experiências Relevantes”, instiga os leigos com relação ao negócio da empresa, mas já atrai os antenados nos diferenciais do “experience”. Pelo foco no desenvolvimento de Brand Experiences, e aliando conteúdo, estética, marketing, a empresa foi convidada pela Dream Factory, agencia / produtora idealizadora do evento para conceituar o cenário e criar lounge, bar, vídeografismos, e demais elementos do evento, a partir de muita pesquisa e imersão nos conceitos da marca e das características do evento. Daí um conceito de projeto redondo: elementos da marca, unidos à vista da cidade maravilhosa, verão, descontração dos amigos, o jeito carioca de ser.


Em parceria com a Zero 2 Arquitetura, como resultado uma cenografia que expressa a irreverência da marca: na entrada uma projeção em grande esfera com imagens provocativas; mobiliários que convidam os visitantes a interação, um bar temático com uma giga garrafa skol, que poderia estar no barracão das escolas do grupo especial, jogos nas mesas e outras sutilezas.



Para ver ao vivo, é hora de entrar na roda, e aproveitar!




Roda skol – de 20 de janeiro a 09 de Fevereiro

Forte de Copacabana – Rio de Janeiro

Informações sobre o evento em:
http://www.rodaskol.com.br/

idealização: dreamfactory
Cenografia: M'Baraká + Zero2 Arquitetura

2 de jan. de 2008

Interatividade na Terra do Nunca

O blog Interactive Architecture foi categórico ao afirmar que um bom teste para qualquer “instalação” – entenda-se, instalação de arte / entretenimento - é verificar como crianças respondem aos estímulos propostos. Outras vezes falamos sobre isso aqui no Logorama, quando postamos sobre a “Expo Se Liga”. Nela, chamou a atenção a forma como as crianças mergulharam na experiência lúdica-interativa, se esbaldando e explorando as possibilidades de forma intuitiva, sem a influência dos códigos de comportamento dos adultos e o excesso de preocupação em saber como, porque, com o quê...

É essa intuitividade que buscamos explorar quando propomos algo que flerta com o lúdico, o que é típico das instalações multimídias interativas. Para além da informação ou conteúdo intrínseco, muitas vezes o que importa é a fruição do gesto, quando não de outros sentidos, e sua inter-relação com a arte, com as alegorias resultantes da interação.


E é a liberdade das crianças, quando se permitem, sem travas, dedos, ou medo do ridículo, explorar as possibilidades dos ambientes interativos, que anima a criatividade dos desafiados a fazer instalações para este público e, serve de lição e teste para qualquer instalação que tenha por premissa explorar estímulos sensoriais.

Após essa não tão breve introdução conceitual, vamos apresentar um case de instalação infantil de cair o queixo. Apresentada Cinekid Festival, evento anual de produtos audiovisuais e multimídias diversos para o público infantil, a instalação Funky Forest, de Theo Watson and Emily Gobeille, roubou a cena no festival (e a gente já colocou um monte de imagem aí em cima, para ir dando um gostinho). Trata-se de um ecossistema interativo, onde as crianças criam plantas com seus corpos, a partir de gestos e movimentos, e, em seguida, devem fazer caminhos d’água a partir de uma cachoeira para manter a floresta viva. A saúde das plantas influem na vida dos demais seres da floresta, que se mantém saudável e fica mais bonita quanto mais se movimentam os pequenos.


Para nós logoramicos, o projeto, que continua em desenvolvimento para ser ampliado, tem a beleza de dialogar com as crianças, sem precisar dos chatos recursos de mediação dos adultos. Através da fantasia e dos estímulos sensoriais / participativos, transmite-se a idéia da conexão entre o “todo” e “cada parte”.

Dica: vale dar uma olhada nos links desse post, tem coisas inclriveis. Atenção especial p o site da moça, Emily Gobeille, motion graphics de primeira!