LOGORAMA é um espaço de exposição e expressão de refêrencias de arte, design e cultura. Procuramos expor aqui trabalhos relevantes, que tenham profundidade de conteúdo. Artistas, peças de comunicação e obras que nos façam pensar.

LOGORAMA é mantido pela M'Baraká experiências relevantes, grupo multidisciplinar de criativos do Rio. O BLOG nos mantêm vivos criativamente e nos ajuda a pensar diferente.

LIVE P.A. A primeira edição do evento que reúne diversos músicos acontece em Brasília, durante as sextas e sábados de maio no CCBB. Entrada franca.

PASSOS O novo espetáculo da cia Crescer e Viver de Circo pode ser conferido às sextas e sábados às 20h e domingo às 18h até o dia 29 de maio. A lona do circo fica na Rua do Carmo Neto, 143, em frente ao metrô da praça XI.


Cut Copy

Móveis Coloniais de Aracaju

Santigold

Little Joy

She and Him

Black Kids

7 de dez. de 2007

UAU – REVOLUTION!

Psicodelia, Beatles, Design, Cirque du Soleil, e muito mais em L.A


Há um Beatles REVOLUTION recheado de inovações multimídias e tecnológicas sendo projetado em Las Vegas, por uma equipe de desenhistas de Montreal, sob o comando de Jean - François Bouchard, Diretor de Criação do Cirque du Soleil. O tema do espaço é os anos 60 e, portanto, optou-se por valorizar estética e conceitualmente elementos que remetessem á época - como a transição do preto e branco para cores, a representação do espírito do amor supremo, grafismos psicodélicos e objetos manufaturados.

REVOLUTION Lounge fica dentro do Abbey Road Bar. Para acessá-lo deve-se passar por um gigante painel onde pedaços de letras das músicas do quarteto de Liverpool anunciam o lounge REVOLUTION.

O espaço é dividido em várias pequenas salas, sendo o ponto central inspirado em nada menos que “Lucy in the Sky with Diamonds”... psicodélico??? Para completar o clima LSD, uma cascata suspensa com mais de 35 mil lâmpadas dicróicas ao redor do lugar.


A cultura material dos anos 60 está bem representada nos móveis: pilares, cadeiras, e demais elementos do mobiliário com curvas e linhas de sobra!

Prazeres para o deleite dos visitantes não faltam! Além do próprio ambiente 60’s / 70’s, jogos interativos dão o toque contemporâneo e completam a diversão. O som da noite também não fica atrás. Toda a atmosfera sonora segue a referência principal do projeto, os Beatles, e no ambiente da pista o número 4 foi simbolicamente representado remetendo ao quarteto, suas 4 fases, as 4 letras da palavra LOVE, e na própria trilha: Primeiro ouve-se Beatles, depois suas fontes de inspiração, em seguida quem foi por eles inspirado e no clímax, eletrônicos contemporâneos. Em cada “fase” do repertório da noite, uma iluminação: do preto e branco, colorindo-se gradualmente para um rosa-choque! Chocante!





Fora isso, animações e projeções por toda parte, muita interatividade e o resultado é um projeto completo, cheio de conceito, com diversão e arte, design e charme, unindo passado e futuro!




This is a revolution!

Projetar onde, como, com o que???

Das perguntas do título deste post, talvez o “como” seja a tarefa mais difícil... Mas essa é, de fato, tarefa para engenheiros, técnicos, programadores, etc. “Onde” e “com que”, possibilitados a partir do “como” - resolvido pelos nossos amigos tecnólogos - tornam-se deleite dos criadores, que usam o “onde” e “com o que” de mil e uma formas!

Separamos hoje um exemplo nacional e um gringo, que, a partir de técnicas e
tectrecos diversos, geram formas surpreendentes de projeção. Na água ou na fumaça, a criatividade é marca registrada desses projetos, e o queixo-caido do público é garantido, pois os resultados são realmente surpreendentes.

Quem esteve na cidade maravilhosa – apologias a parte – durante os jogos pan americanos, pode ver, num dos principais cartões postais da cidade, filmetes projetados em uma tela de água em plena Lagoa Rodrigues de Freitas. O projeto foi da
Biruta Mídias Mirabolantes, empresa carioca que, como o nome já diz tem como negocio principal a criação de mídias não convencionais. O projeto se chamou Aqualume e foi patrocinado pela Petrobras e o resultado, para que não viu ao vivo, pode ser conferido no vídeo abaixo.






O exemplo gringo vem do estúdio
Minimaforms, que se define como um escritório de design e arquitetura experimental, que explora projetos que provocam e fazem uso de novos meios de comunicação. Esse ano a provocação veio por sinal de fumaça... O OFFLOAD festival, em Bristol, UK, contou com uma instalação feita pela Minimaforms em que mensagens eram enviadas, literalmente, por sinais de fumaça. Nada de pajelança, mas sim, tecnologia de ponta! Em Smoke Signals, mensagens eram enviadas via SMS e projetadas, em grandes letras, em fumaças no céu, num efeito 3D impressionante. Confira nas imagens e vídeos!



7 de nov. de 2007

Amazônia em Cannes

Mais uma instalação interativa brasileira fora do país. A P&G criou um cenário bastante diferente para a apresentação da minissérie Amazonia, da Globo, na MIP COM (uma feira internacional de conteúdo de entretenimento para diversas plataformas de áudio-visual). O ambiente tinha árvores amazônicas e cheiro de floresta. Tinha também mais uma instalação interativa criada pela M’Baraká e produzida pela YDreams.





A Globo marcou sua presença em Cannes, levando conteúdo tupiniquim além mar, ao apostar com tanta força na mini-série Amazônia.

O pessoal da criação disponibilizou o multimídia para a gente colocar aqui. PASSE O MOUSE, PODE BRINCAR! As folhas se mexem, flores desabrocham e.... cuidado com o sapo.



A good tool is an invisible tool

A good tool is an invisible tool. By invisible, I mean that the tool does not intrude on your consciousness; you focus on the task, not the tool. Eyeglasses are a good tool -- you look at the world, not the eyeglasses. The blind man tapping the cane feels the street, not the cane.

É assim que o artista dinamarquês Mogens Jacobsen abre a tela onde fala sobre a impressionante instalação Horbar.


Horbar é uma Instalação/ambiente interativo, onde se pode explorar uma grande seleção de audio art (todos provenientes da singela coleção do Museum of Contemporary Art in Roskilde, Denmark).

A Metáfora da garrafa foi escolhida com o intuito de facilitar a interação entre os visitantes da instalação, a intenção é socializar. Parece mais uma “sacação” conceitual do artista que entende muito sobre o universo das novas interfaces de exploração de conteúdos: as invisíveis.

Foi isso que nos despertou a atenção nesse post: a sensibilidade na percepção dos diferenciais implícitos nas novas possibilidades tecnológicas. O meio que pode possibilitar um alinhamento com o fim, um meio onde a ferramenta (hardware) desaparece, torna-se invisível e “nos liberta” da máquina, trazendo a interação de volta a referenciais sócio-culturais.

6 de nov. de 2007

1 só Rio - Multimídia de Divulgação do Turismo


A Secretaria de Turismo do Governo do Estado do Rio de Janeiro vem trabalhando uma imagem mais integrada do estado. No intuito de melhor explorar esse segmento, cujo Rio capital é referência internacional, o conceito da campanha é baseado num estado único, onde, tendo a cidade maravilhosa como porta bandeira, atrações das demais regiões são divulgadas, buscando maior permanência do turista no Estado, e melhor distribuição dos seus gastos.

A partir do slogan : “Só existe um lugar com tantas atrações únicas. Só existe um Rio”, a M’Baraká foi convidada a desenvolver multimídia para divulgar a campanha em feiras e congressos. O conceito visual utilizado para comunicar a unidade de tantas atrações e belezas foi uma linha colorida que passeia pelos principais pontos turísticos e referências simbólicas do Estado, como as igrejas do interior, a pescaria do litoral, o Dedo de Deus, os Arcos da Lapa, entre tantos outros. A animação, o áudio e as imagens das atrações ajudam a tornar ainda mais sedutora a idéia de umas boas férias nos roteiros do estado do Rio.

O resultado ficou bacana, e resolvemos postar aqui no blog por entendermos as interfaces multimídias digitais como excelentes formatos de comunicação de conteúdos.


Clique para ver a animação.

Créditos:


Design / Conteúdos: M’Baraká
Áudio: Manga Jingle

26 de out. de 2007

Cubos Interativos Etc.

Cubo é um filme canadense do diretor Vincenzo Natali. Nele, um grupo de pessoas estão presas em um grande cubo, formado por vários cubos, cada um com seis portas, formando um grande labirinto. Todas as salas são cheias de armadilhas e o grupo deve driblá-las e tentar achar a saída da prisão cúbica. Ficam o filme todo nessa saga para sair dos cubículos. Como fez nossa fonte, o site pixelsumo, achamos por bem começar dando esse gostinho de Cubo - filme muito louco, que explora as potencialidades de uma arquitetura ficcional em formato de cubos e mais cubos – para apresentar dois projetos que tem o Cubo como elemento importante na interface.

O primeiro tem conceito bem parecido com o filme.


Desenvolvido por Julian Oliver, a partir de tecnologias de realidade aumentada, ao colocar o cubo em frente a uma webcam, você se verá dentro de um ambiente 3D. Ao mover o cubo, vai-se de um ambiente à outro, como no filme. O jogo consiste no jogador lembrar que porta leva a que quarto, levando o jogador ao ambiente final. Ao conseguir, passará ao próxima nível. O jogo esta sendo em desenvolvimento em plataformas de software livre.



Andrew Fentem criou Fentix Cube um cubo de LED. Nele, jogos como quebra-cabeça, estarão integrados ao dispositivo e à interface. O dispositivo será vendido em edição limitada no Kinetica Museum. Não fica muito claro como funciona no vídeo. Mas esteticamente é bem sedutor.




Saindo do assunto de cubos, e aproveitando a deixa do post acima, Andrew Fentem, tem outros trabalhos muito interessantes. Em parceria com o Novation EMS Ltd. criou instrumentos sensoriais, que geram sons eletrônicos, a partir de sensores. Os instrumentos foram expostos no Kinetica Museum. No vídeo, um sintetizador interativo. No site do moço, muito mais coisas.



18 de out. de 2007

Arte, Diversão e Conteúdo na Web

A web, com seus múltiplos recursos, permite o crescimento de uma estética própria, pensada para esta interface. Seja para projetos publicitários seja para expressões artísticas ou para projetos culturais, pode-se notar o uso deste meio e seus recursos de forma cada mais criativa e com grande apelo estético.

Em publicidade, podemos destacar o site que a Nokia bolou, o Nokia Music Roons. Com elementos de game, recursos de multimídia de alto nível e MUITA criatividade, o site une conteúdo e entretenimento para conquistar a simpatia dos consumidores – tudo isso bem vinculado à marca, que vem provando que “a música nos conecta”. Nos quartos se tem acesso ao second life, download de musicas e uma festa num dos apartamentos.

Nokia Roons

O jogo de tabuleiro “Get the Glass”, animação 3D brutalmente realista, é uma boa opção para passar o tempo como nos velhos tempos, mas na rede. A campanha – claro que é campanha! – é da Real California Milk, industria de laticínios da Califórnia, que brinca com a idéia de uma cidade onda há escassez de leite.

Game Get Glass



Há diversos outros sites de campanha interessantes pela web, mas vamos falar um pouco também de arte. Vem crescido a quantidade de “instalações para web”, obras artísticas pensadas pela esse meio. O exemplo do dia é o Whish Projetc. Instalação onde se posta e se vê desejos.

Whish Projetc



Festival de Arte Digital - FAD 2007



O Festival de Arte Digital – FAD, que aconteceu semana retrasada em BH, mostrou outros projetos do gênero, de artistas nacionais e internacionais, o que nos permite dizer que esse tipo de obra começa a ser tratada como tal. Há, além de instalações de web, outros tipos de iniciativas virtuais que podem ser explorados no site do festival.




Na linha dos projetos criativos, vamos destacar hoje o site We Feel Fine. Com uma interface um pouco confusa (mas depois que se aprende, flui), e uma estética visual impressionante, o site é uma idéia maluca de coletar dados e reproduzir os sentimentos de pessoas de todo o mundo expostos na web.

O "gráfico" acima representa a quantidade de pessoas que sentem “different” e expuseram isso em blogs de todo o mundo em 2007.

Já este, se refere a algumas imagens postadas com o tema “different” ao redor do mundo.

A web como interface e meio, esta cada vez mais promovendo uma linguagem própria, com peculiaridades que a fortalecem como meio expositor de arte.

9 de out. de 2007

Expoentes do Light Design


A “Dazed Digital” recentemente publicou três documentários sobre artistas que trabalham com luz. Entre estes estão Jason Bruges e a “United Vissual Artists”, os quais já foram citados inúmeras vezes pela Dazed Digital como produtores de varias instalações para exposições e galerias, assim como ambientes públicos, mobiliários e fachadas de edifícios – vale a pena conferir ambos os sites.

Se você sempre se perguntou o que acontece por trás dessas instalações, que tecnologias são utilizadas e o porquê dessas empresas e artistas estarem no centro da cena dos projetos Light Design, os dois primeiros documentários da série cumprem este papel. Já o terceiro, é uma visão mais pessoal de um artista independente, David Batchelor. Suas peças que fundem arte e luz exploram o conceito de cor como um único fenômeno: a cor como algo onipresente nas experiências do dia a dia, e sua transcendência funcional e estética na criação de simbolismos.

Separamos pequenas demonstrações do trabalho de cada um desses artistas / coletivos:

James Bruges


Jason Bruges tem um vasto portifólio de trabalhos com luz – de instalações de grande porte a iluminação de interiores, passando por projetos mais completos que unem estética e conteúdo em torno da luz. Em seu site, pequenos textos e muitas imagens de seu trabalho, que deixa claro seu conhecimento das diferentes tecnologias úteis ao light design.


United Visual Artists


O estúdio United Visual Artists une três disciplinas principais: o conhecimento artístico, o design e a engenharia de software, a fim de gerar experiências imersivas em tempo real (interatividade). A proximidade com a engenharia de software permite ao escritório o desenvolvimento de projetos inovadores em termos tecnológicos e de grande impacto artístico.




David Batchelor



Já a obra de David Batchelor, Professor da Royal College of Art, de Londres, tem como característica a mistura de cores e texturas e na utilização de objetos dos mais variados - de trens industriais e ferro a sinais de trânsito descartados e luminárias comerciais. Conceitualmente, David Batchelor trabalha com as cores, particularmente sua interação com o ambiente urbano moderno. Sua relação com a aplicação das cores em arte está também em seu livro Chromophobia, publicado em 2000 (sem versão no Brasil). David Batchelor já esteve em terras tupiniquins, na Bienal de 2004.

Os três documentários podem ser vistos em Danzel Digital - Seduced by Light

Reprojected - Instalação Urbana




Reprojected (Re-projetando) está atualmente em exibição em “Seven Screens”(Sete Telas) em Munique, uma instalação que consta de sete painéis duplos de LED, cada um medindo seis metros de altura. Fazem uma releitura do que esta ocorrendo no local.

Ao contrario do que acontece normalmente, “reprojected” se foca em uma visão mais distanciada, se focando exclusivamente nas sombras de pessoas computadorizadas. Elas só são visíveis devido ao uso de uma fornte luminosa, que se mexe no espaço virtual entre os painéis.



As imagens projetadas nas “Seven screens” brincam com a percepção do espaço ao redor e introduzem uma distancia entre os eventos que estão ocorrendo e a instalação.

Como instalação urbana, Reprojected é altamente impactante.



via: Mader|Stublic|Wiermann e Media Architecture

2 de out. de 2007

Energia. Minha, sua, de onde vem?


Segundo o pessoal da M’Baraká (produtora de design, conteúdos e interatividade): “Foi em Setembro de 2005 que iniciou-se a produção dessa que seria nossa primeira aventura no universo da criação e produção utilizando as bases da tecnologia de motion capture. Nada era muito preciso, mas tínhamos uma boa idéia de experiência virtual na cabeça e a sólida experiência de um grupo português de inovação em tecnologias interativas”.

Na sala escura reservada a essa instalação, ao som de um zumbido misterioso, nada se via. Ao pisar na área da projeção, um halo roxo gerado por linhas concêntricas formava-se a sua volta. Quando outro visitante entrava na área projetada,um raio te ligava a essa pessoa. O que dizer dessa sensação? Segundo a produtora, a intenção era falar de energia de uma forma lúdica, divertida, mais sem compromisso com a veracidade dos processos científicos que a geram. Mais especificamente, trata da questão da transmissão da energia. Poéticamente traz à consciência a potência da nossa energia e a relação desta com o outro.

A experiência é realmente arrebatadora, um exemplo de instalações interativas mais imersivas que já vivenciamos. O mais legal foi ver a reação das pessoas: muitos duvidavam daquela possibilidade tecnológica – teve gente rezando e tudo. Foram as crianças que realmente mergulharam na experiência, despreocupadas com o meio que gerador da coisa, aproveitaram de verdade!

A Mostra - intitulada SeLiga, De Onde Vem a Energia? - deu resultado, proporcionando a muitas crianças uma experiência lúdica que, através da arte interativa, explicou de onde vem a energia. Por seu diferencial artístico e inovação tecnológica, levou o projeto a capa do Globinho.

Esperamos ver essa mesma instalação em muitas outras mostras de arte e tecnologia aqui no Brasil.

Idealização e Direção: M’Baraka Tecnologia: YDreams Design: Visorama Sound Design: Manga Jingle Fotografia: Gustavo Cassano





27 de set. de 2007

Blooks - Tribos & Letras na Rede


Para os que não tem tempo (paciência) de ler o relato completo da experiência, resumimos em poucas palavras:

A mostra Blooks é uma imersão no universo polifônico, democrático, labiríntico, ecoante, excessivo que é a internet. Mostra esse momento, quando é a vez da histórica platéia subir ao palco. Momento quando, reinterpretando Barthes, o autor não morre, mas se multiplica. Agora exponencialmente, pois tem ouvidos e voz. E ecoa.

Blooks
propõe essa experiência.E é impressionante o resultado.


Alguns logorâmicos foram essa semana ao Oi Futuro, espaço carioca que tem super a ver com as questões que a gente aborda por aqui. Por ser um dos únicos espaços culturais do Rio (ou o único mesmo), dedicado à arte tecnológica, arte interativa, multimeios e etc, nós estamos sempre passeando por lá.

O espaço tem uma boa programação e apresenta muitas obras interessantes, mas o que nós logorâmicos sempre questionamos é um certo descuido de curadores na contextualização das obras. De um modo geral, achamos que as obras interativas, vídeo arte, multimieos, como ainda não são íntimas do grande público, aumentam o seu potencial de diálogo se bem contextualizados, projetados. Isso pode ser feito de diferentes formas, com recursos diversos de design, cenografia ou mesmo recursos de audio e outras possibilidades criativas: tudo o que possa contribuir para instigar os sentidos e
provocar a redenção do participante à experiência.

Dessa vez que fomos lá, duas surpresas: a exposição dos “babilaques” de Wally Salomão está uma excelente. Sem nenhum recurso tecnológico / digital, a exposição impacta e leva o expectador àquele mundo poético e polissêmico do saudoso Wally.


Mas foi subindo mais um andar que tivemos nossa grande surpresa: a mostra “Blooks - Tribos & Letras na Rede”. O texto da exposição introduz à experiência. Não o temos na integra, mas ficou na memória a relação que faz entre as mil vozes, o espaço do muito, do excesso, os diversos hoje de hoje, a viagem hipertextual e polifônica da rede, que ecoa a partir da apropriação dos usuários e da chamada web 2.0.


Coordenada por Heloísa Buarque de Hollanda, com a curadoria é de Bruna Beber e Osmar Salomão (coincidentemente, filho de Wally), a mostra é sobre os mais de 200 blogs brasileiros de prosa, poesia, quadrinhos, grafismos e conexões entre letra e música. Apresenta as peculiaridades desta produção e quer discutir esse novo formato, as novas poéticas (que tanto falamos aqui), da arte literária que surge na web.

A experiência é um mergulho! O áudio, a cenografia, o cuidado no design, a curadoria. Cada detalhe amplia a impressão de estar de fato numa experiência estendida dessa que fazemos diariamente: estar na rede, em rede, neste espaço de intimidades impessoais, de transparências opacas, de fluxos indefinidos.



Foi arrebatador! Mesmo. Um detalhe curioso, que completou o ineditismo da situação, foi o segurança do espaço, que caiu na rede. Durante todo o tempo que ficamos lá, ele voltou cerca de 5 vezes para mais um mergulho. E navegava pelas marés inconstantes e reveladoras dos diversos blogs que podiam ser acessados em plasmas espalhados pelo espaço.

O conjunto da visita foi inesquecível. Os logorâmicos recomendam. Até esse fim de semana (30/09).

INTERACTIVE APPLE STORE BERLIN - Uma instalação no PDV bem pensada.

A instalação para Aplle Store foi desenhada como parte das vitrines que dão para a rua: três projeções com imagens de dançarinos interagem com quem passa diante da loja. Provavelmente mais uma façanha da tecnologia motion capture, que identifica os transeuntes através de uma câmera, processando as imagens e animações a partir do posicionamento dos mesmos. Com uma estética bastante ipod, fotografias em tons escuros residem sobre um fundo ácido de amarelos, verdes e pinks. A experiência parece bastante expressiva. Capaz de fazer alguém dançar no meio da rua. A mídia interativa que desperta o gesto humano em improvável interação com o mundo artificial fascina. E ganha ainda mais pontos quando o faz através de estímulos mais nobres como a arte.



Mostra, sobretudo, que no ponto de venda há espaço de sobre para, além de novidade tecnológica, expressões artísticas mais coerentes e visões de marca menos agressivas.


Depois a gente fala sobre a loja.

19 de set. de 2007

Touch of Kandinsky


Touch of Kandinsky é um tapete interativo concebido com um objetivo: aumentar a compreensão da arte abstrata, especialmente para crianças e visitantes não habituais de galerias de arte. A instalação é uma releitura e aplicação prática dos escritos de Kandinsky quando defende o conceito de sinestesia, ou seja, a inter-relação entre dois planos sensoriais diferentes, por exemplo, a capacidade de ver o som e ouvir a cor.

O tapete, inspirado na obra “group” de 1937, explora as possibilidades interativas contemporâneas em relação aos conceitos defendidos pelo artista. Toques em diferentes lugares geram diferentes sons, especialmente criados a partir da inspiração na obra de Kandinsky.

Trata-se de uma experiência imersiva que contribui para atrair e sensibilizar para as artes plásticas. Com os sentidos afinados, em pouco tempo os novos visitantes de museus devem estar aptos a penetrarem sozinhos nas maravilhas da experiência estética.



Via: Interactive Institute

Arte para toda Parte (2) – Cidade-Tela

Não temos muito que falar sobre esse post. Encontramos por acaso, pesquisando sobre arte urbana. Após passar por “n” sites, encontramos esses colossais monumentos urbanos que alegram a paisagem de algum subúrbio de Moscou. A única referência às imagens foi um texto no próprio site em que estavam, onde o autor revela sua certeza de que o descontraído colorido é capaz de reanimar o povo que sofre com o longo e rigoroso inverno...

“Here is the sample of Moscow city distant suburb.

As an experiment the dull gray houses were painted to different colours. From my point of view it’s really amazing isn’t it?

In Russia where is in winter sun is a very rare thing such kind of art might keep the winter depression away. For instance this fall-winter there were no visible sun in Moscow for more than 30 days. Due to this it was reported that a lot of people simply refuse to go to work because of an enormous depressive state they were in.

Maybe such urbanistic art would keep the depression away."


Via: English Russia » Real Urban Art

Multimídia à moda antiga e “A obra de arte na era da reprodução mecânica”



Multimídia são múltiplas mídias. Engana-se quem intuitivamente acaba relacionando o termo exclusivamente às mídias digitais. Os diferentes suportes, as especificidades de linguagens, podem se misturar de várias formas para compor o termo multimídia.

Dito isso, esse post é dedicado a um artista que há muito brinca com a relação entre as linguagens e os suportes. Eli Sudbrack que já usou e abusou de diferentes suportes e mídias, entre postais, outdoors e camisetas. Atento aos movimentos de seu tempo, e mesmo antecipando-se, Eli modernizou-se e ficou milionário ao vender suas obras em CD, em arquivos de illustrator, acompanhados muitas vezes por músicas e vídeos.


Esse ano, Eli, que vem assinando como Assume Vivid Astro Focus, esteve em cartaz em Nova York, na John Connelly Presents. Eli já expôs na mesma galeria na exposição "K48 – Teenage Rebel: The Bedroom Show", que reuniu trabalhos de 80 novos artistas sobre o universo adolescente. O novo suporte que vem explorando são papéis de parede.


Segundo o artista, as obras de K-48 (acima), são sobre “celebração de prazer, ... de momentos que provocam um estado psicodélico de delírio e êxtase”. Bem representando pela explosão de cores e formas.

Já em sua mostra atual, “A Very Anxious Feeling” (fotos abaixo), o artista cria ambiente, usando novamente os papeis de parede, sob uma nova ótica. Nessas instalações, chamadas 3-D wallpaper, Assume Vivid Astro Focus trabalha ambientes, faz uso de mascaras que revelam efeitos 3-D, mas estimula também uma experiência bidimensional. Assume usa e abusa de grafismos, musica, néon e luz, esculturas, numa experiência multimídia e multidisciplinar que exige a performance do público.




Talvez Assume Vivid Astro Focus venda parte de sua obra em arquivos gravados em CD novamente. Mas sua arte está na experiência. Pode-se reproduzi-la? Talvez. Ou mesmo reinventá-la.

O que provocamos aqui é a relação que o artista tem com a obra, com sua experiência e sua forma de distribuição. Retomar a antiga dicotomia entre a “exclusividade” da obra, como resultante de um momento único de expressão sensível e estética, em contraponto com sua produção em série. Como muito bem colocado num dos blogs que acessamos para fazer esse post, retoma-se em grande estilo a discussão de Walter Benjamin em “A obra de arte na era de sua Reprodutibilidade Técnica". Porém, vale refletir se o que vale é o suporte e a reprodução do resultado em si ou o ato criativo, único e irreproduzível.


Fica a reflexão...


Mais sobre o asusnto em:

Érika Palomino
Book of hours