
Para fechar essa primeira edição do blog, vamos falar de um assunto que esta cada vez mais na boca de publicitários, designers, e no mundo da arte: interatividade.
Fazer uma busca por “interatividade” no google gera mais de dois milhões de resultados em 0,04 segundos, alguns deles com cruzamentos curiosos, como “saúde interativa”, “direitos humanos e interatividade”.
Mas vamos lá... será que todo serviço que utiliza interfaces digitais, de alguma forma, é interativo? Por exemplo, se vender como uma produtora interativa quando se tem como core business a conversão de VHS para DVD não seria pegar carona numa onda onde tudo se define como interativo quando ninguém sabe exatamente o que se quer dizer com isso? O fato é que o termo ganhou uma elasticidade tão grande que o fez perder o sentido. Recorramos então, ao bom e velho pai dos burros:
Interagir: Agir, influenciar reciprocamente
Fica claro então que interatividade deveria ser aquilo que promove a ação de forma a gerar essa influência recíproca. E isso não é exclusivo do universo digital. Podemos ver, na obra de Helio Oiticica, por exemplo, uma proposta interativa. O mesmo poderia ser dito da Obra Aberta, de Humberto Eco. Fato é que o meio digital e suas ferramentas gera novas possibilidades interativas. Mas isso não quer dizer que tudo o que é digital, está no ambiente digital ou usa recursos digitais, é interativo.
As atuais exposições da Bia Lessa, por exemplo, (as duas últimas que os logorâmicos viram foram Sertão Veredas e Clarice Lispector), não tem nada de tecnológico e são extremamente interativas. Já alguns espaços culturais que tem o chamariz da arte interativa, nem sempre conseguem contextualizar a obra de forma a convidar o espectador e, deixá-lo confortável para interagir com as novidades que estão por lá.
As novas possibilidades que surgem com as mídias digitais e com a interação entre o meio real e virtual, aumentam as possibilidades do interativo, isso não se pode negar. Podemos arriscar a dizer que permitem mesmo o surgimento de uma nova poética, de fato interativa, que tem como pré requisito a intervenção direta de quem a experimenta. O que vem ocorrendo, no entanto, é que muitas vezes este tipo de arte/interface tem tido suas peculiaridades mal aplicadas, não gerando o resultado potencial.
Na fase de experimentação e ascendência de uma estética, de uma linguagem, é comum que aconteçam tentativas de aplicação diversas, até mesmo para experimentar e questionar o suporte, a própria linguagem e mesmo para testar o público. O que precisamos para evoluir é que os pensadores, criadores e curadores dessa arte digital, busquem “meios-convites” para que a tal interatividade aconteça. Isso pode ser feito de diferentes formas, seja por recursos cenográficos, sonoros, uso de iluminação ou pensando a própria interface como algo provocativo, convidativo. É a tarefa de buscar formas de melhor comunicar a mensagem. É preciso provocar a experiência.
Na publicidade e em outros segmentos que usam os aplicativos interativos, essa é também a regra geral.A boa noticia é que existem muitos bons exemplos. Aqui no blog vamos ter esse assunto como constante pauta de nossas postagens. Exemplos, cases, aplicações, novidades.
Começamos hoje. Para essa discussão dar caldo, precisamos da colaboração de todos os interessados nesse assunto. Divulguem para os amigos, parceiros e companheiros de trabalho o Logorama! Por enquanto, indicamos o blog do Itaú Cultural também. Dentro dessa discussão das aplicações da arte interativa, um bom artigo no blog do Itaulab:
Onde Estão os Cronópios da Arte Tecnológica?
alias, Grande Sertão Veredas aterrizou pelo Rio, no MAM. Vale uma visita com calma. Mais, lá na agenda.
Abs,
Um comentário:
Por qual motivo nao divulgam as frases vencedoras ? E por quê nao publicam nome dos contemplados ?
Por quê, em nome do desenvolvimento cultural do Brasil, nao submetem os possiveis leitores a exercer (ou exercitar ) um senso crítico ao avaliar as tais frases ?
Por quê nao implantam o sistema da tao propalada transparência que é exigida aos detentores de cargos eletivos ?
Agora a Skol oficializou a marmelada Skol.
Essa de não divulgar as frases ganhadoras e nem o nome dos ganhadores, é pura marmelada mesmo......
Com essa não tomo mais uma skol nem fudendo!!!!
Gilberto (gwolschick@gmail.com)
Postar um comentário